Comprei uma agenda para me organizar melhor de hoje em diante. Parece mentira, mas estou planejando meus dias de folga daqui pra frente desde o momento em que abro os olhos pela manhã. É um check-list completo, coisa de noiva maluca. Essa preocupações são hilárias, tenho certeza que um dia me lembrarei delas com uma saudade que vai fazer sorrir e chorar ao mesmo tempo.
Faltam apenas quatro meses, mas parece que falta tanto. Já tem gente me cobrando pelos convites, querendo saber como as coisas estão sendo conduzidas, padrinhos perguntando sobre os presentes, gastos, muitos gastos, economias sem fim. Assim está acontecendo o nosso casamento.
Meu pai critica algumas de minhas escolhas, eu já não me importo mais com as opiniões dele. Acho que pai de noiva se torna um pai de noiva tão neurótico e maluco quanto a própria noiva. Ele já criticou o valor da festa, a escolha do repertório da cerimônia, um ciumento assumido pra caramba. Tento entendê-lo, às vezes fico brava, depois esqueço, compreende-lo é melhor que bater de frente, embora eu, muitas vezes mais perca a paciência mesmo.
Nesses dias minha cabeça anda a mil por hora. Não sei se todas as mulheres prestes a se casar são ou ficam assim, sei que eu fico. Preocupada, nervosa, uma mistura de sentimentos ansiosos que pairam na alma e ficam ali, morando enquanto tudo não estiver nos eixos. Mas só tenho a agradecer a vida por este privilégio. É tudo tão bom. Só acho uma pena, algo preparado com tanto carinho, amor, cuidado e com quase um ano de antecedência durar apenas algumas horas.
