Hoje é domingo. Um domingo que começou péssimo.
Pela manhã eu e o Rafa combinamos tomar um café juntos pra amenizar essa saudadezinha que estamos sentindo. Vim no caminho sonhando com isso, pode parecer bobagem, mas certas coisas ultimamente tem me preocupado.
E cada vez que atualizo este relógio aí de cima constato a verdade de que os dias estão passando cada vez mais rápidos e que ainda falta tanta coisa a ser fazer. Era isso que queria dizer pra ele hoje. Compartilhar esses medos e ansiedades que me acompanham dia a dia e que, às vezes, me tiram o sono, mesmo depois de dias cansativos como os últimos foram pra mim.
Mas deu tudo errado. Cheguei na hora, mas por uma falta de comunicação nos desencontramos e isso me irritou muito. Vim trabalhar e quando liguei já descarreguei minha raiva sem medir palavras ou sons. Ele também saiu do sério. Brigou comigo e eu bati o telefone sem medo.
Depois de um tempo, eu retornei e ele já não estava mais em casa. Minha sogra disse que "essas briguinhas servem pra agitar os nervos", deu pra sorrir. Uma hora depois ele ligou, bem mais calmo, mais sereno e conversamos. Enfim, tudo ficou bem.
Falei pra ele sobre nossa lua de mel. A verdade é que já estava achando que nosso destino era mesmo "o nosso apartamento". Hoje em dia, tudo está muito caro e o pior: escolhemos nos casar em Janeiro, alta temporada. O que já é caro, dobra de preço.
Vendo minha preocupação ele brincou dizendo que tínhamos mesmo era que viajar pra fora de São Paulo. Eu ri, ri muito. Se por aqui já estava difícil, só se fóssemos ilegais para os Estados Unidos e a nado.
Brincadeiras a parte, passeando pela internet descobri um hotel em Ilha Bela fora de sério. Maravilhoso, com pacote de lua de mel e com um preço mais maravilhoso do que suas dependências sofisticadas e lindas.
São 14:13 hs da tarde, estou louca para contar a novidade pra ele, mas neste momento ele dorme. Depois de uma noite inteira trabalhando, finalmente foi descansar. Lá pelas seis da tarde eu conto. Respiro aliviada mais uma vez.
Uma coisa a menos pra se preocupar diante das tantas coisas que ainda nos restam fazer em pouco mais de três meses.
Sei que sempre disse aqui que essas preocupações de casamento são boas, mas tem hora que cansa. Cansa não ter tempo, cansa passar os meus dias de folga sem pelo menos um cochilo à tarde. Cansa passar os dias de folga dele sem tempo pra namorar, dar um beijo, conversar de outras coisas.
Alívio é saber que a vida está aí, inteira pra gente fazer o que bem entender e até enjoar um do cara do outro. Difícil será isso acontecer, mas espero o futuro, confiante sempre. Acreditando no amanhã cheio de vida que estamos construindo hoje.